terça-feira, 31 de maio de 2011

Composição imagem - características principais


A composição da imagem segue algumas convenções herdadas da pintura clássica e modificadas a partir do desenvolvimento das artes gráficas e digitais. Depende também em grande parte de pesquisas sobre a percepção visual relacionada ao sentido que se dá às imagens, estudadas principalmente pela Gestalt. São de modo geral comuns à cultura imagética ocidental e se referem a uma educação visual já assimilada durante a educação e a
exposição aos meios de comunicação. Essa linguagem visual está presente, portanto, na maioria dos produtos da mídia. A seguir, algumas dicas que podem servir de parâmetro para criar o que se considera uma “boa” imagem já adaptada para a televisão.


Regra dos terços - Os sujeitos principais se colocam na interseção das linhas que dividem vertical e horizontalmente a tela em 3 partes iguais.

Proporções - O valor expressivo do tema muda em função do lugar onde se coloca o sujeito principal. Quanto mais alto e à direita está o enquadramento, maior a força pictórica.
 
Ritmo visual - As linhas verticais e diagonais promovem um ritmo enfático. Já as linhas horizontais e suaves sugerem um ritmo apaziguante.

Influência emocional de contraste tonal - Na criação da decoração e da colocação da luz: luz e sombra criam situações emocionais na imagem. A abundância de tons escuros não vai bem em TV, pois os tons escuros estão relacionados a um efeito pesado, sombrio, sórdido e sério. Os tons claros, ao contrário, proporcionam um efeito alegre, delicado, aberto e simples.

A cor e a imagem - Detalhes de cor não são detectados na TV. Cores quentes e frias têm significados diferentes. O peso pictórico é afetado pelo calor, por isso compor massas em uma imagem com pequenas áreas de cor saturada (escura) para equilibrar zonas maiores de cor não saturada (claras). A cor e a emoção estão relacionadas: o vermelho é igual a cólera, poder e força; o verde é igual a primavera, frescura; enquanto o branco lembra neve, o que é puro, delicado e frio.

Escala - Existe uma relação aparente de tamanho que a imagem transmite. A audiência julga interpretando várias chaves visuais: comparando o entorno com o sujeito que se conhece o tamanho; comparando o sujeito com sujeitos de tamanhos conhecidos; em função do espaço dentro do enquadramento; relacionando a perspectiva da tomada.

Atitude do sujeito - As atitudes associadas ao ator podem modificar sua força efetiva. Atitudes débeis: visões de lado ou atrás, caído, olhando para baixo, agachado, movimento lento. Atitudes fortes: visão de frente, cabeça levantada, punhos cerrados. O tratamento de câmera ressalta ou anula esses efeitos: visto do alto, o enfurecido fica frívolo, se visto de baixo sua força dramática é aumentada.

Sentido visual - É preciso respeitar a direção do olhar, o que significa sempre deixar mais espaço à frente que atrás. O enquadramento do rosto deve ser feito deixando os olhos a cerca de um terço da
imagem a partir de cima. Do mesmo modo, é necessário um espaço à frente do tema. Para isso, deixar espaço livre no sentido em que o tema se move para dar equilíbrio e reforçar o seu significado.

Velocidade das linhas de composição - O olhar observa formas a velocidades diferentes. As linhas curvas sugerem um velocidade pausada, enquanto as linhas retas dão a impressão de correrem rapidamente. A vitalidade da imagem como um todo vem do ajuste entre linhas rápidas que permitem entrecruzamentos abundantes. Linhas e formas simples atraem mais rapidamente a atenção que as complexas e desconexas.

Continuidade de ação - É preciso criar uma coerência na direção do movimento da imagem, na velocidade e posição do tema de um plano para outro.

Linha de ação e regra dos 180º - Para evitar descontinuidade visual dos temas em movimentos, gravar os planos sempre de um dos lados da linha de ação num ângulo de 180º, para evitar que haja uma quebra de sentido na direção do acontecimento, que é antinatural. Assim, o que segue em frente não pode, de repente, voltar sem que tenha mudado de direção.

Continuidade da linha dos olhos - Em quaisquer planos sucessivos de duas pessoas olhando ou falando com outras, é necessário que ambas sejam apresentadas olhando em sentidos opostos, viradas uma para a outra. A correspondência da linha do olhar confirma a relação espacial. Essa
continuidade também serve para a direção do olhar para objetos em geral.

Continuidade das aparências – Essa naturalidade é necessária, por exemplo, para manter a coerência da aparência geral e detalhada de um tema de um plano para outro e ao longo de toda uma seqüência. Essa continuidade é válida para iluminação, ação e posições de um plano para outro, detalhes dos fundos, figurino.

Fluxo de imagens - Uma maneira de manter a continuidade sem choques é mudar a dimensão (enquadramento) e o ângulo da câmera entre dois planos, para evitar que o tema salte na imagem. Para isso, pode-se usar uma dinâmica de plano e contraplano, ou seja, inverter os ângulos para dar idéia de continuidade visual. Planos devem ser complementares, opostos e ter a mesma dimensão para reforçar a relação entre os temas. Por isso, é preciso pensar visualmente a interligação das cenas, não em termos de planos isolados, mas de seqüências de imagens eficazes que progressivamente definam o sentido do tema.

Coisas a fazer em composição:
*Manter as horizontais niveladas, especialmente quando se faz panorâmica.
*Manter as verticais direitas quando se inclina a câmera.
*Afastar os elementos importantes da beirada da imagem.
*Decidir previamente quais as primeiras e as últimas imagens que serão utilizadas quando se fizer panorâmica, uma zoom ou inclinar câmera.
*Compor mentalmente e executar primeiro.
*Estar pronto para ajustar enquadramento ou compor de novo quando se grava objetos em movimento.
*Deixar espaço livre entre o topo da cabeça das pessoas e o rebordo da imagem.
*Deixar espaço à frente do tema para reforçar o sentido de orientação da imagem.
*Confiar nos olhos para avaliar a cor. O visor só mostra preto e branco.
*Criar profundidade experimentando com os fundos, a focagem e a iluminação.

Coisas a não fazer em composição:
*Não cortar as pessoas pelas articulações.
*Não mover sempre a câmera acompanhando o tema.
*Compor planos de ação estática.
*Não deixar que objetos estranhos nasçam da cabeça das pessoas.
*Não filmar tema verde sobre fundo verde. Desaparecerá...
*Não centrar sempre seus temas. Deslocar e equilibrar com outros elementos.
*Não seguir sempre as regras. Habituar-se a olhar analiticamente o que se vê na televisão.
 
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Fonte: CRUZ, Dulce Márcia. Introdução a Mídia e Conhecimento. Apostila do Curso de Especialização para Gestores de Instituições de Ensino Técnico do SENAI, Turma 4. Disciplina 1 do Terceiro Módulo. Florianópolis: PPGEP/LED, 2000.

O computador vai substituir o professor?

por Andrea Cecilia Ramal




A Internet está trazendo consigo um novo modelo de educação, uma forma diferente de aprendizagem, e precisamos entendê-lo, apropriar-nos disso, ser protagonistas da mudança. É preciso conversar sobre isso porque a existência dessa grande rede nos faz pensar na escola que temos: ainda tão fechada, limitada, desconectada do mundo, da vida do aluno. Ainda tão distante da realidade de imagens, sons, cores e palavras em hipermídia que constitui a nossa vida hoje.

Precisamos conversar sobre nossos sonhos para a escola. Pois, se vocês não sabem, há séculos nós, pedagogos, acumulamos sonhos sobre a sala de aula. Ivan Illich sonhava com uma educação que não fosse limitada às instituições, que formalizam tudo. Jean-Jacques Rousseau pensava numa escola que não corrompesse o homem, deixando simplesmente vir à tona o que temos de melhor. Jean Piaget queria que os níveis mentais fossem respeitados, sem pular etapas, para que não tivéssemos que aprender aos saltos, ou decorar o que não entendemos... Freinet sonhava com uma escola que permitisse o prazer, a aprendizagem agradável e divertida. Paulo Freire sonhava com um lugar em que o saber do aluno fosse valorizado, onde a relação vivida nas aulas fosse o ponto de partida para uma grande transformação do mundo. Goleman escreve sobre uma escola que permita desenvolver o lado emocional, que tenha espaço para as artes, a música, as coisas que, enfim, nos fazem mais humanos...

Mas não soubemos concretizar muitos desses sonhos. Talvez ainda não tivemos tempo, porque era preciso primeiro preparar aulas, corrigir provas, anotar no quadro e nos cadernos tantas e tantas explicações...

De repente a tecnologia entra na escola e nos obriga a recuperar tudo isso. A presença da máquina leva todo professor a se perguntar: como é a minha aula? Do que decorre: será que o professor vai ser substituído pelo computador?

E sabemos que a resposta é sim, não temos a menor dúvida...

Explico: é que o pior de nós vai ser substituído.

A nossa pior aula, o lado repetitivo, burocrático e por vezes até acomodado da escola, esse vamos deixar para o computador. Ele saberá transformar nossas exposições maçantes em aulas multimídia interativas, em hipertextos fascinantes, em telas coloridas e interfaces amigáveis preparadas para a construção do saber.

Então poderemos, finalmente, ficar com a melhor parte. Aquela para a qual não nos sobrava tempo, porque pensávamos que devíamos transmitir conhecimentos.

Vamos receber de herança os sonhos de todas as outras gerações, redimi-las realizando tudo o que não puderam conhecer.

Agora sim, está em nossas mãos a derrubada dos muros para fazer conexões com o mundo, a criação do espaço para a arte e a poesia, o tempo para o diálogo amigo, o trabalho cooperativo, a discussão coletiva, a partilha dos sentidos. Está em nossas mãos a construção de uma escola mais feliz. Feita por mestres e alunos que saibam, juntos, propor links e janelas para a sala de aula. Onde aprender não seja uma tarefa árdua e penosa, mas sim uma aventura.

Então será preciso que cada mestre se despeça da figura de professor-transmissor de conteúdos que há em si mesmo, e que os alunos abandonem seu papel de receptores passivos. Isso é o pior de todos nós, não nos daremos mais a conhecer assim.

Vamos tentar construir juntos algo novo. É claro que nós, professores, vamos precisar de ajuda: os alunos saberão nos dizer como fazer. Será que eles aceitam ser nossos mestres? Acho que sim, é só por este próximo milênio. Nessa nova sala de aula, na verdade todos serão mestres.

E, curiosamente, a gente vai aprender como nunca.

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Original aqui!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mostra de fotografias - Tema: Florestas

Este ano, 2011 é o Ano Internacional das Florestas e por essa razão, trabalhamos em aula, técnicas fotográficas, vinculadas aos desdobramentos deste tema tão importante!

Lugar do imaginário e da fantasia, lugar da fauna e flora, lugar da biodiversidade e também de delicadezas da vida, as florestas estão cada vez mais ameaçadas pela ação do homem!

Juntos construímos um mapa conceitual e os alunos do 2º do E.M. escolheram como desdobramentos para exercitar a arte da fotografia: silêncio/barulho, árvores e cidade de pedra

Enquanto a espécie humana não se der conta da importância de preservar as florestas, e que existem outras alternativas de sobrevivência, sem prejudicar o meio ambiente, continuará colocando a própria existência em risco!

As técnicas exercitadas foram: regra dos terços, contraste de cores, plongée e contra-plongée, continuidade visual, perspectivas em linhas diagonais, verticais e horizontais!

 Autor: Vitor Valente


Autor: Álvaro


Autor: Luis Gustavo Debiasi



Autor: Matheus Curvelo















Autor: Cristóvan


Autor: Arthur "Tatau" Gassen







quarta-feira, 11 de maio de 2011

2º ENCONTRO DE CINEMA E ESCOLA


Evento discute a pedagogia do cinema

O cinema é sem dúvida uma das principais linguagens da atualidade. Imagem em movimento tem a ver com nossos valores, individuais e coletivos, que formam a nossa identidade Assim, ler e analisar imagens em movimento contribui para a formação mais ampla das crianças e dos jovens. É com essa perspectiva que a Escola Carlitos, em São Paulo, intensificou a presença do cinema no currículo desde 2010. Baseada das ideias de Alain Rivals, membro da Comissão Nacional Escola e Cinema do Ministério da Cultura na França, a instituição se propõe a trabalhar o cinema, de maneira multidisciplinar, em todos os segmentos que atende, desde a educação infantil até o 9º ano do ensino fundamental.

Para compartilhar essa experiência, a Carlitos promove seu 2º Encontro Cinema e Escola, que ocorre nos dia 2 , 3 e 4 de junho, no Espaço Unibanco e na Unidade 1 da escola. Voltado a educadores e interessados em cinema.

Programa:

Quinta-feira (02/06) Espaço Unibanco

18h30 • Abertura.
19h • "Onde fica a casa do meu amigo?" (Khane – Ye Doust Kodjast?) De Abbas Kiarostami, Irã, 1987, 83 min., drama, colorido.
20h30 • Análise do filme por Alain Bergala.

Sexta-feira (03/06) Escola Carlitos

18h às 20h30 • A presença do cinema no contexto escolar da Educação Infantil ao Ensino Médio: A transmissão do cinema, enquanto arte, entre as gerações. Alain Bergala.
20h45 às 22h30 • Fundamentos Educacionais do dispositivo português "Os Filhos de Lumière". A educação para a imagem em movimento. Teresa Garcia.

Sábado (04/06) Escola Carlitos

9h30 às 11h • Um percurso em cinema: A formação de professores e a vivência de projetos em classes. Alain Rivals.
11h às 13h • Iniciação ao cinema: O experimentar a arte cinematográfica pelo lado da criação. Teresa Garcia.
13h às 14h • Almoço.
14h às 15h • Encontro com o filme "Central do Brasil": Um estudo sobre os diferentes pontos de vista. Luciana Zaterka.
15h às 17h30 • A análise de filmes e a passagem ao ato de realizar cinema. Alain Bergala.

Conferencistas:

Alain Bergala
Professor de cinema na Universidade de Paris III
Diretor de filmes e documentários

Alain Rivals
Administrador do dispositivo francês "Les Enfants de Cinéma"
Assessor do Projeto Cinema e Escola da Escola Carlitos

Teresa Garcia
Cineasta portuguesa
Membro fundador da Associação Os filhos de Lumière

Luciana Zaterka
Professora de Filosofia
Diretora do Ensino Fundamental II da Escola Carlitos

Inscrições:

Preço: R$ 500,00 ou 2 parcelas de R$ 250,00
Secretaria da Escola Carlitos • Unidade 1 – Rua Conselheiro Brotero, 832
De 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h
Por tel.: (11) 3824.9591
Por e-mail: coloquio@escolacarlitos.com.br
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Fonte: CGC Comunicação